A velha poupança, por vezes vista como porto seguro do brasileiro, ainda é muito usada na hora de guardar dinheiro. Mas será que entendemos mesmo por que ela rende aquilo que rende? E mais ainda, como as decisões sobre a Selic interferem nisso, principalmente em 2025? É o que vamos entender melhor agora, sem mistério.
O que é a Selic e o papel do Copom
A Selic é uma taxa básica de juros definida pelo Banco Central, mais especificamente pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Todo mês (e, às vezes, de 45 em 45 dias), o Copom se reúne, analisa o cenário econômico e decide se a Selic sobe, desce ou fica igual.
Essa taxa influencia basicamente tudo que envolve dinheiro no Brasil: financiamentos, empréstimos, cartões, investimentos e, claro, a poupança.
A Selic está para as finanças como o termômetro para o clima: muda tudo ao redor.
Como funciona a regra do rendimento da poupança
A rentabilidade da poupança não é um número fixo. Existem duas regras principais, que mudam conforme a Selic:
- Quando a Selic está em até 8,5% ao ano: o rendimento é de 70% da Selic + Taxa Referencial (TR).
- Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano: o rendimento é de 0,5% ao mês + TR, independente de quanto acima esteja.
Em 2025, até o momento, a Selic está em 15% ao ano. Ou seja, o que vale hoje é a segunda regra.
O rendimento da poupança em 2025, na prática
Vamos separar em números claros o que significa investir lá:
- 0,5% ao mês de rendimento nominal fixo
- + um acréscimo bem pequeno vindo da TR (em geral, cerca de 0,17% ao mês em 2025 – mas pode variar para mais ou para menos)
No resultado prático, a poupança tem gerado em torno de 0,67% ao mês ou cerca de 8,3% ao ano já somando a TR.

Veja exemplos para aplicar e entender o ganho real:
- R$ 100: rende R$ 0,67 por mês. Em 12 meses: R$ 8,30 de juros – totaliza R$ 108,30.
- R$ 1.000: rende R$ 6,70 mensais. Depois de 1 ano: R$ 83 de juros, chegando a R$ 1.083.
- R$ 30.000: rende aprox. R$ 201 por mês. Em 12 meses, vira R$ 32.490.
- R$ 100.000: rende R$ 670/mês. Em um ano, o saldo chega perto de R$ 108.300.
Importante reforçar: se o saque acontece antes do “aniversário” do depósito, o rendimento daquele mês é perdido.
A Taxa Referencial (TR): por que ela importa?
A TR é um índice criado pelo governo, calculado sobre taxas de juros prefixados no mercado. Hoje ela costuma ser baixíssima, quase sempre próxima de zero ou subindo só um pouco, como em 2025.
Ou seja, a diferença sobre os 0,5% ao mês é pequena, mas existe – e às vezes faz pouca diferença para o bolso.
Na maior parte do tempo, a TR é quase invisível no extrato.
Vantagens da poupança em 2025
Nem todo mundo procura o maior rendimento. Às vezes, a busca é segurança e facilidade, e nisso a poupança ainda tem seus pontos positivos:
- Fácil de abrir e movimentar (pagamentos e saques a qualquer momento)
- Isenção de imposto de renda para pessoa física
- Garantia do FGC até R$ 250 mil por CPF e por banco
- Boa para reserva de emergência ou para guardar dinheiro com liquidez imediata
- Não exige valor mínimo ou conhecimento avançado
Muita gente sente conforto na segurança e simplicidade, principalmente quando o objetivo é só não deixar o dinheiro parado na conta corrente, esperando aquela emergência.
Os limites da poupança: por que ela pode não ser suficiente
Apesar das facilidades, ela deixa a desejar se o objetivo for crescer seu dinheiro de verdade. Veja por quê:
- Geralmente rende menos que alternativas com baixo risco, como Tesouro Selic, CDBs, LCIs/LCAs
- Pode perder para a inflação, causando uma “falsa sensação” de ganho
- Rendimento só é pago no aniversário de cada depósito. Se saca antes, perde os juros daquele mês.
- Cobertura do FGC é limitada (R$ 250 mil), então grandes valores precisam de atenção
- Pouco eficiente para crescer patrimônio no médio e longo prazo – melhor para reserva rápida
Rende, mas quase nunca acompanha o que o brasileiro deseja para um futuro confortável.
Se você quer aprender mais sobre o controle financeiro de verdade, inclusive a importância de sair da zona de conforto, recomendamos o artigo sobre a importância do controle financeiro.
Comparação prática: poupança e outras opções em 2025
Já pensou se o seu dinheiro pode render mais sem abrir mão de segurança? Vamos comparar lado a lado:
- Tesouro Selic: acompanha a Selic integral, tem liquidez diária, é protegido pelo Tesouro Nacional. Rende mais que a poupança, mas tem imposto de renda e taxa de custódia pequena.
- CDBs grandes bancos: costumam render 95% a 100% do CDI. Liquidez depende da oferta. FGC até R$ 250 mil.
- CDBs pequenos bancos: muitas vezes pagam acima de 100% do CDI, atraindo pelo rendimento, mas sempre avalie o risco do banco. FGC cobre perdas até o limite.
- LCIs/LCAs: isentas de IR, quase sempre com carência de 3 a 12 meses. Rendimento usual de 90% a 97% do CDI.
- CRI/CRA: voltados ao mercado imobiliário e do agronegócio, são mais complexos, oferecem rendimentos mais elevados, mas não têm proteção do FGC. Liquidez costuma ser baixa.

O que muda, além do rendimento, é a tributação, a proteção do FGC e a liquidez de cada produto. Se estiver em dúvida, o blog da Financinha já trouxe dicas com tendências de investimentos para 2025 que vão ajudar você a comparar melhor.
Como decidir o que faz sentido? Controle e planejamento são chave
Não existe resposta única. Passar o dinheiro da poupança para investimentos de mais risco pode ser o melhor caminho, mas é mesmo? Tudo depende do perfil, metas e tempo.
- Foco só em liquidez imediata e risco baixíssimo? Poupar ainda pode servir como reserva rápida.
- Quer construir patrimônio a médio/longo prazo? Outras opções se tornam muito mais atraentes.
Dá para organizar tudo de modo simples e prático usando soluções que centralizam as informações. Ferramentas como a Financinha facilitam acompanhar bens, identificar oportunidades e evitar deslizes, com apoio direto pelo WhatsApp e dicas inteligentes para quem quer aprender a planejar objetivos ou receber alertas de contas fixas direto no celular.
Para quem deseja estabelecer metas financeiras de verdade, o post sobre como definir metas realistas é um ótimo próximo passo.
Um olhar crítico: a poupança e o consumo no Brasil
Em tempos de mudanças no consumo dos brasileiros, guardar dinheiro se tornou ainda mais desafiador. As pessoas querem liquidez, mas também sonham com melhores rendimentos. O artigo sobre mudanças no consumo mostra como a poupança ainda resiste na preferência nacional, apesar das limitações expostas neste texto.
Conclusão
Para 2025, com a Selic em patamar alto, a poupança rende mais do que em outros momentos, mas ainda deixa a desejar para quem busca rendimento real acima da inflação e crescimento financeiro a médio/longo prazo. Ela segue útil para reserva imediata, pela segurança e simplicidade. No entanto, avaliar outras opções, entender as regras e, principalmente, controlar de perto o destino do seu dinheiro são etapas que fazem cada vez mais diferença. Lembrando sempre: este texto tem caráter informativo e não representa nenhuma instituição financeira específica.
Se quiser centralizar seus investimentos, acompanhar metas com clareza e tomar decisões mais inteligentes sobre cada centavo, conheça os serviços da Financinha – sua organização financeira ao alcance do WhatsApp, sem mistério, para que seu dinheiro cresça junto com você.
Perguntas frequentes sobre a Selic e a poupança
O que é a Selic?
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Banco Central. Ela influencia todas as taxas de crédito, investimentos e, claro, o rendimento da poupança. É ajustada periodicamente pelo Copom, de acordo com a situação econômica do país.
Como a Selic afeta a poupança?
A Selic define qual regra de rendimento a poupança vai usar: até 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic + TR; acima de 8,5%, rende 0,5% ao mês + TR. Por isso, mudanças na Selic afetam o quanto o investidor recebe a cada mês.
Vale a pena investir em poupança em 2025?
A poupança serve bem para reservas de emergência ou para quem não quer correr riscos. No entanto, em 2025, mesmo com Selic alta, há opções com rendimento melhor e proteção similar. Tudo depende do seu perfil e da necessidade de liquidez imediata.
Quando a Selic muda o rendimento da poupança?
A regra muda sempre que a Selic passa para cima ou para baixo dos 8,5% ao ano. Abaixo disso, aplica-se 70% da Selic + TR; acima desse patamar, a regra fixa dos 0,5% ao mês + TR volta a ser usada.
Qual investimento rende mais que a poupança?
Tesouro Selic, CDBs de bancos, LCIs/LCAs e outros títulos de renda fixa costumam render mais do que a poupança, especialmente quando bem comparados. O ideal é entender cada produto, considerar riscos, liquidez, tributação e usar ferramentas como a Financinha para planejar de acordo com seus objetivos.